Marcado: Estádios

As estatísticas sobre os portões fechados do Candangão 2015

10922432_1548324242097537_277247699964963150_n

Chamou a atenção da mídia uma reportagem do Correio Braziliense que alertava para os seguintes números: Dos 42 jogos realizados pelo Candangão 2015 (deveriam ser 43 se não tivesse ocorrido o problema no jogo Cruzeiro x Santa Maria) apenas 17 puderam contar com público nas arquibancadas. Tal número representa que mais da metade dos jogos (25 no total) realizados pelo torneio foram de portões fechados.

Baseado nos números que foram trazidos à luz, tomei a iniciativa de verificar a tabela de jogos afim de extrair mais algumas curiosidades que podem dizer muito acerca da situação de indigência na qual se encontra o futebol do Distrito Federal a despeito de ter na mesma cidade o segundo maior estádio do país.

Com relação específica ao Mané Garrincha:

  • Apesar de ter sido inaugurado com um jogo válido pelo Candangão (a final de 2013, vencida pelo Brasiliense) apenas SEIS jogos foram realizados no estádio contando com pelo menos um time do Distrito Federal em campo:
    • Brasiliense 3 x 0 Brasília (Candangão 2013)
    • Brasiliense 0 x 0 Gama (Candangão 2014)
    • Brasília 2 x 1 Paysandu (Copa Verde 2014)
    • Brasília 1 x 3 Sport (Copa do Brasil 2014)
    • Brasília 2 x 3 Luziânia (Candangão 2014)
    • Luziânia 0 x 1 Brasília (Candangão 2014)
  • Ou seja, de 23 clubes que disputaram todas as divisões do DF desde a inauguração do estádio apenas QUATRO puderam jogar em seu gramado (Brasília, Brasiliense, Gama e Luziânia);
  • Pela programação da tabela do atual campeonato só haverá mais dois jogos no local: as duas finais;
  • Outro jogo além desse provavelmente só ocorreria caso o Brasília mandasse sua partida válida pela Copa do Brasil no local a exemplo do que aconteceu em 2014, ou se o mesmo optasse por mandar algum jogo pela Copa Verde também lá (no ano passado jogou apenas na final).

A notícia chamou a atenção também por conta da decisão do Governo do Distrito Federal em utilizar o espaço para abrigar temporariamente algumas Secretarias de Estado. Além disso o único evento esportivo ocorrido na arena em 2015 foi um jogo beneficente relacionado a um evento da Igreja Universal do Reino de Deus.

Considerando que as primeiras ações que o GDF – “dona do Mané Garrincha” – tomou em 2015 relativas ao esporte demonstraram pouco interesse na promoção do esporte (cancelamento da Universíade e da Indy, cortes no patrocínio da Corrida de Reis e dos clubes, etc.)  a princípio este panorama demorará a mudar. A primeira fase já está acabando e liberar os laudos a esta altura não vale mais a pena. Resta torcer para que em 2016 os clubes se unam com antecedência para evitar que tudo se repita.

Raios e Trovões – Resumo da oitava rodada do Candangão 2015

galeria330_010315_165851_4

Em pelo menos três dos quatro jogos da oitava rodada do Candangão 2015 o protagonista foi a chuva. A quantidade de água que caiu na cidade neste final de semana transformou os gramados em piscinas, e os confrontos em partidas de polo aquático. Por conta disso a qualidade do futebol ficou comprometida e os placares, à exceção de Luziânia x Formosa, tiveram placares magros – nas quatro partidas realizadas tivemos uma média de 1,75 gols por partida.

Peraí, Clébio! Você disse QUATRO partidas?

Sim, caro leitor. O Cruzeiro não pagou a taxa de utilização do Bezerrão e com isso foi como se não houvesse programação no estádio para aquele dia, mas havia: o confronto contra o Santa Maria, decisivo para a luta contra o rebaixamento. O presidente do Carcará, Nyto Oliveira, disse que a Federação definiu o local do jogo em cima da hora e não deu tempo de providenciar a utilização do estádio. A Federação se pronunciou dizendo que a Águia Grená leva os três pontos, o que jogaria o Ceilandense, que não tem nada a ver com a história, para a vaga de descenso. Mais confusão no certame que mais uma vez terá que ser resolvido pelo TJD-DF.]

Bom, nos atenhamos á bola rolando. Brasília e Paracatu fizeram a partida solitária do sábado, que foi iniciada debaixo de um chuvaréu que deixou várias partes do gramado do Serejão cheios d’água. Todos sabemos que quando isso acontece muitas vezes o jogador vai e a bola freia na poça, o que inibe jogadas de velocidade e exige que se utilize habilidades comuns a jogadores de futebol de areia – jogo cadenciado e passes com bolas alçadas ao alto. Nessas condições o gol só poderia sair mesmo de bola parada, e assim foi: Heverton converteu a penalidade que deu a vitória ao Colorado, que apesar disso se manteve na quinta posição por conta dos demais resultados da rodada.

No mesmo estádio no dia seguinte ocorreu tudo de novo, mas com um agravante: junto do pé d’água vieram raios e trovões caindo nas redondezas. Vários equipamentos das rádios que estavam transmitindo o jogo queimaram com as descargas elétricas e o perigo de alguém ser atingido fez com que o árbitro interrompesse a partida até que houvesse segurança. Quando ocorreram estes fatos o Sobradinho já ganhava por 1 a 0 do Brasiliense com um gol que até agora não sabemos se quem marcou foi Dimba ou Laécio. A vitória recolocou o Leão da Serra na briga por melhores posições na tabela enquanto o Jacaré, além de ter perdido a invencibilidade, vai se complicando de um jeito que não está habituado em sua curta história.

Outra partida de polo aquático foi disputada no Abadião. O Clássico da Cidade (Ceilandense x Ceilândia) teve um tempo seco e outro molhado, em ambos o Ceilândia marcou – com Vitão e Edicarlos – e garantiu a vitória que fez o Gato Preto subir uma posição na tabela, e o Dragão ficar ameaçado de entrar na zona sem o Santa Maria ter jogado. A partida teve interrupção assim como no Serejão, o que gerou protestos dos tricolores, ou seja, no fim das contas o que não falta é dor de cabeça para o time resolver nas próximas semanas para fugir da degola.

A única partida seca da rodada aconteceu em outro estado. O Serra do Lago foi o palco de mais uma goleada do Luziânia, melhor ataque da competição, que desta vez fez de vítima o Formosa. O nome da partida foi o artilheiro Eder, autor dos três gols da partida e que catapultaram o Azulino para a vice-liderança e dando mostras de que o mesmo pode repetir a boa campanha que o levou ao título do ano passado.

Tudo indica que os times que irão para o mata-mata estão meio que definidos, restando aos mesmos disputar pelas posições para terem vantagem de empate ao longo das fases. Quanto à turma de baixo os próximos dias prometem muita confusão, torçamos para que o TJD aja serenamente para que a competição não seja travada nos tribunais.

A formula mágica para uma boa campanha – Resumo da sétima rodada do Candangão 2015

Eu poderia iniciar esta análise mencionando o real destaque da rodada que foram os quatro empates em cinco jogos – o único clube a fazer três pontos foi o Luziânia, porém sabemos que é mais edificante mencionar pontos positivos e destaques, sejam da rodada, sejam de todo o campeonato.

E o que os clubes que estão na parte de cima da tabela tem coisas em comuns, mas são coisas básicas pra quem entende do riscado. Tanto no Gama (líder) como no Formosa (vice-líder), no Brasiliense (terceiro) e no Brasília (quinto) há um atacante matador e bons jogadores no meio de campo para municiá-los por qualquer caminho do campo.

Já que citamos o líder destaquemos que o que chamou a atenção no time em seu confronto contra o vice-lanterna Ceilandense não foi o desempenho dos jogadores que têm desempenhado estes papéis, mas a ausência deles. Ficou evidente o tamanho da falta que Baiano e Thiago Miracema fizeram na última quarta ao perceber, principalmente no segundo tempo, que o alviverde só sabia atacar com bolas alçadas na área e, pior, com Lenilson e Cia. tentando cabecear da entrada da área, distância mais do que suficiente para que um goleiro pense pra que lado pular. O empate ao fim da partida não foi propriamente um castigo visto que o Gama mandou na partida, mas fica o alerta para a equipe caso ela queira a tão sonhada liderança/vantagem do empate garantida até a final/boa equipe para destruir na Série D caso seja campeão candango.

E aí você pensa “Opa! O Gama tropeçou e folga na próxima rodada! Formosa e Brasiliense vão se enfrentar e se matar pela oportunidade de passar o Periquito na semana que vem!”.

Bom, pelo menos no primeiro tempo da partida do último domingo no Augustinho Lima fechado para a torcida (alguém está devendo explicações sobre essa) os dois times não demonstraram muita vontade de sair com a vitória, mas vontade de bater eles tiveram, e muita. Matheuzinho pelo Jacaré e Henrique pelo Tsunami foram vítimas do jogo duro realizado pelas equipes e saíram de campo carregados (o primeiro inclusive foio levado de volta pro banco de reservas de ambulância). No segundo tempo foi que surgiu a gana de vencer, primeiro do Formosa que acabou conseguindo abrir o placar com Fred, porém o mesmo se recuou após a vantagem e permitiu que o time amarelo crescesse na partida até chegar ao empate com Luiz Carlos.

Os dois times tem seus goleadores e ambos balançaram as redes, assim como seus jogadores de meio conseguem se sobressair, principalmente Allan Delon do lado do Jacaré.

O Brasília, que foi enfrentar o Ceilândia no Abadião também tem seus destaques no ataque – na verdade dois: pois tanto Bruno Morais como Anjinho demonstram ter faro de gol, porém dependem de encontrar seus companheiros “garçons” em dias inspirados já que ficou comprovado que os servindo bem eles colocam nas redes. No Abadião na última quarta isso ocorreu, mas quem fez o gol foi o recém chegado Héverton. Do lado do Ceilândia a evolução percebida no conjunto do time fez com que o Gato Preto dificultasse as coisas para o Colorado. Acabou empatando a partida em pênalti cobrado por Cassius.

No mesmo dia e horário tivemos o Sobradinho reabrindo as portas do Augustinho Lima para a sua torcida. Quanto a isto deixemos Chico Buarque falar:

Chico-Augustinho Lima

O jogo em si não foi de encher os olhos e ambos os times, principalmente o time da casa que tinha mais posse de bola, ficaram devendo um espetáculo melhor para os heróis presentes na arquibancada. É o terceiro empate seguido do Leão da Serra e as esperanças de o time deslanchar vão diminuindo a medida que vai se aproximando o fim da primeira fase, restando à torcida esperar por alguma vitória esporádica e para que o Cruzeiro, que não consegue entrar na zona de classificação, continue a ter as mesmas dificuldades para conseguir um resultado positivo.

Acabou que o maior destaque do jogo foi mesmo a torcida, que levou as faixas do protesto realizado em frente à FBF para os alambrados do Augustinho Lima, uma forma de dar visibilidade à insatisfação da galera com a organização do campeonato.

APDSC DIGITAL CAMERA

A única torcida que pôde comemorar nesta rodada foi a do Azulino Goiano. Marllon tem garantido ao Luziânia resultados elásticos em cima dos últimos colocados na tabela, e se não há um goleador há vários jogadores com faro de gol como Chefe e Aldo. Como todos os outros times empataram o Luziânia conseguiu subir bem na tabela e já se encontra em quarto. E ao Santa Maria apesar da má campanha ainda não pode ser considerado virtual rebaixado graças à instabilidade do Ceilandense lhe resta lutar bravamente e tentar ultrapassar o tricolor para salvar a pele.

Quem gostou dos resultados da rodada, principalmente do empate entre Tsunami e Jacaré, foi o Gama, que vai poder folgar no próximo final de semana e continuar líder, lhe sendo permitido lutar pela manutenção da liderança em campo. E falando nisso, nas próximas semanas teremos mais confrontos diretos entre os primeiros colocados. Todos devem se preparar para fortes emoções – ou para mais uma cuva de empates, neste campeonato tudo vai na base do extremo.

 

A torcida que dribla mais que os jogadores – Resumo da quinta rodada do Candangão 2015

AiIgEBiTsl5BnpamEJEZ7TMh-sSYWc-Dut9LsbUziES4

Torcedores do Brasiliense sobem nos ônibus para ver a partida contra o Brasília: A torcida quer entrar, quando vão deixar?

 

Diferente da rodada anterior na qual cada jogo teve um gol, esta teve muitos – foram quinze no total. Mas algo que já vem ocorrendo desde que o Candangão começou começou a ganhar tons épicos na última semana – os meios que os torcedores tem feito para acompanhar as partidas nos estádios do DF, mostrando que o povo quer sim frequentar as praças esportivas da capital, ou seja, são outros os fatores responsáveis pelo esvaziamento do nosso futebol se é que vocês me entendem.

O exemplo maior de perseverança veio de uma torcida cujo estádio está liberado para quando seu time for jogar em casa, mas mesmo assim eles não mediram esforços para se deslocar os 30 km que separam suas casas do Abadião, que ainda não conseguiu a liberação para que se abram os portões. Não se sabe até que ponto o apoio além-muros estimulou o Gama, mas o alviverde aproveitou o vento a favor (literalmente) no segundo tempo para vencer a forte marcação do Ceilândia e vencer com um gol no final da partida. Saiu do estádio com a liderança e com o atacante Thiago Miracema ainda mais isolado na lista de artilharia do campeonato.

09to6f1jpg_386

Fato semelhante ocorreu três dias depois no Serejão. O Choque-Rei Candango teve apenas um tempo de emoção – e outro de jogo pesado – e igualdade no placar ao apito final (1 a 1). Brasiliense e Brasília continuam juntos e embolados na terceira posição da tabela, e a torcida do Jacaré contou com elementos facilitadores que não haviam no Abadião (como ônibus em estocagem e a já tradicional passarela sobre a Via Estádio) para driblar a proibição de se assistir a partida in loco.

No Augustinho Lima a diretoria do Sobradinho tem auxiliado a torcida no desafio de acompanhar a partida que rola dentro do estádio fechado. A já tradicional tenda com telão foi utilizado pela última vez no último domingo, dia em que o Sobradinho deixou escapar a oportunidade de voltar a vencer ao permitir que o Paracatu empatasse a partida no finzinho, fazendo o Leão ficar devendo mais uma vez um bom resultado para a torcida alvinegra poder festejar. Quem sabe esta festa não venha com a torcida nas arquibancadas na próxima quarta, primeiro jogo de portões abertos do estádio serrano.

O mesmo Augustinho Lima viu no dia anterior o empate entre Formosa e Santa Maria. O Tsunami é outro clube que está no aguardo de jogar com torcida – o Diogão deve ser liberado no início de março no confronto contra o Gama – e enquanto isso não ocorre vai mandando seus jogos na praça de Sobradinho. Em campo o alviverde goiano perdeu a liderança ao marcar logo no início da partida, mas diminuir o ritmo e permitir a reação grená. Quem sabe jogando em sua cidade o Formosa não retoma a ponta? Hipótese que aguardará mais quatro rodadas para se conferir.

E na última partida, realizada na noite de quarta-feira o Luziânia conquistou uma vitória em boa hora, para dar o ânimo necessário para uma nova arrancada, e bem sonora: 4 a 0 em cima do Ceilandense. O resultado complicou o clima no time tricolor, que foi jogado para a lanterna com a queda no saldo de gols, além disso perdeu o técnico Sílvio de Jesus, que se retira para tratamento médico. A expectativa de recuperação no campeonato por parte do time da Guariroba agora recai sobre o novo técnico Rogério Lopes, que estréia neste sábado contra o Paracatu.

Já na próxima rodada o Serejão deve receber torcida para o jogo entre Brasiliense e Ceilândia, ou ao menos a arquibancada oeste caso as recomendações da polícia sejam executadas. Este e mais o jogo entre Gama e Brasília no domingo são os destaques do final de semana, e aos poucos o campeonato vai ganhando mais em emoção e na expectativa de termos todos os jogos abertos para a torcida não precisar realizar mais sacrifícios para ver seu time no Distrito Federal.